8 de novembro de 2011

Ocupação da Reitoria USP - Meu ponto de vista

Bom, vamos lá!
Essa história sobre a USP já deu muito pano pra manga e como já havia dito no twitter, repudio toda e qualquer forma de ocupação pelos “estudantes” dentro da reitoria da Universidade de São Paulo.
Não sou aluna, mas como a maior parte da população, já tentei uma vaga na universidade, e realmente fico muito estarrecida com os fatos transcorridos ao longo do tempo da ocupação.
Pois bem, vou-lhes dizer minha posição e espero que seja respeitada por isso, assim como defendo o direito de qualquer um dizer o que pensa, porém não sou obrigada a concordar com tudo o que leio pior aí.
Sou filha de funcionários públicos dentro da universidade de são paulo, frequento a instituição desde que me entendo por gente ou até antes. Meus pais trabalham no mesmo instituto, minha mãe há 35 anos e meu pai há quase 20.
Já frequentei muito o centro de esportes, CEPEUSP, onde fui atleta por um tempo na modalidade futebol, já frequentei a faculdade de economia e administração (FEA) quando frequentei ao longo de um ano inteiro um cursinho comunitário. Frequentei também cursinho na faculdade de psicologia. Para quem conhece, a FEA fica muito próxima a Faculdade de Artes, onde frequentam todos os tipos de pessoas.
Houveram tempos, em que sequestros, estupros e tráfico de drogas aconteciam frequentemente dentro da universidade. Não se podia andar com tranquilidade dentro da cidade universitária. Não existia policiamento e ninguém se manifestava contra pessoas (“alunos”) deixando de assistir aulas para fazer uso de drogas ao ar livre dentro da instituição.


Existem “N” tipos de estudantes dentro da USP, a minoria, pessoas de baixa renda que tiveram que dar o sangue para entrar em uma instituição pública e gratuita, que são aqueles que realmente estão ali para enfrentar uma graduação. A grande maioria, são pessoas de classe média, média-alta, alta que são aquelas pessoas que conseguem ter seus estudos custeados pela família durante o ensino médio e, com facilidade são aqueles que menos assistem aula dentro da universidade, são aqueles que LOTAM centros acadêmicos (C.A’s) em busca de discontração, amigos, bebidas, drogas e o que mais lhe permitirem.
Estou dizendo isso pois vivi muito o dia a dia dentro da universidade. Frequentei o hospital universitário durante 21 anos, e por isso digo, que algum tempo eu tive que passar dentro da cidade universitária e por isso, não estou inventando nenhuma “moda” ou algo do tipo para sustentar as informações que aqui estou colocando.
Houve um tempo, onde as mulheres que estudavam ou trabalhavam dentro da universidade, tinham medo de circular pela universidade, com medo de sequestros, assaltos, estupros e quaisquer outros males que poderiam ser cometidos a um cidadão. Eu mesma fiquei durante seis meses impedida de frequentar, pois a onda de assaltos eram tão grande que apenas os funcionários e alunos que tinham que enfrentar o dia a dia, circulavam por ali.
Presenciei muitas vezes, os “alunos”, sim, eu digo “alunos” entre aspas pois muitos deles não tinham como intuito concluir sua formação.
Também conhecida pelas suas festas, a USP atrai gente de fora, pois a universidade é aberta ao público SIM, eu não era estudante ou funcionária e sempre entrei na USP e utilizei muitos de seus serviços abertos a comunidade. Bibliotecas, restaurantes, centros esportivos, onibus circulares e nada disso sem que haja uma supervisão por parte de autoridades flui 100%¨como deveria ser. Ha pelo menos 22 anos escuto história dos meus pais de alunos que viajam em pesquisas de campo sumirem no meio da viajem e retornarem horas depois totalmente drogados e alcolizados, alunos que trazem para a instituição pessoas que não fazem parte dela para utilizar de meios ilicitos o espaço que deveria ser reservado para estudo, pesquisas, entre outras coisas.
Falta de fiscalização atrai drogas, usuários, traficantes, assaltantes, estupradores, sequestradores, assassinos, dentre outras coisas mais. Não vou ser hipócrita a ponto de dizer que nossa polícia é bem treinada e cumpre com seu papel, porque não é. Assim como nossa justiça, a polícia do estado é falha, mal paga, destreinada e regida por um governo falho e mascarado. Mas é como diz o ditado, ruim com ela, pior sem ela. Não se pode julgar um cesto ruim por um fruto podre. Existem pessoas de mau assim como existem pessoas de bem, seja dentro da instituição, polícia, alunos, professores, etc. A retirada da polícia de dentro da universidade vai fazer com que a impunidade esteja solta, e que as pessoas que ali trabalham, estudam e necessitam de alguma forma de algum beneficio da instituição coomo por exemplo a comunidade necessita de um atendimento médico, volte a estar suscetível a roubos, assaltos, seuqestros e etc.

Portanto, assim como pessoas julgam que os estudantes estão ali por fazerem lutar pelo seu direito, estou aqui defendendo A MINHA opinião de que, sem a PM, a desordem será maior, e as pessoas que dali depende, estarão mais uma vez vulneráveis e expostas ao caos e a desordem. Se fossem estudantes mesmo, estariam protestando por melhores condições de estudo, pois, quem frequenta as instituições sabe quais são a real situação do ensino la dentro. Conheço uma pessoa que já estava quase “jubilando” pois um professor em uma matéria específica, essencial para a formação dessa pessoa, havia se aposentado e a instituição não se “coçava” para poder repor o profissional fazendo com que esse conhecido se formasse.

Enfim, lutem pelos seus direitos, mas lutem por algo que seja em benefício comum de todos, por melhores condições de ensino, por não deixarem privatizar uma universidade estadual, por mais condições de vagas dentro dela. Agora, pedir a saída da policia por questões em que os estudantes de calçam para ter “outros benefícios para si próprios, me poupe!

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